Jornalismo na contra-corrente da divulgação científica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.58050/comunicando.v6i1.208

Palavras-chave:

Jornalismo, ciência, divulgação, interação

Resumo

Este artigo visa discutir as relações média-ciência e o entendimento generalizado de que aos jornalistas está adstrita a função de divulgação científica. Da revisão da literatura efetuada, concluiu-se que o pressuposto de académicos, cientistas e mesmo de alguns jornalistas de que a promoção da atividade científica deve ser assegurada pelos média terá contribuído, em grande parte, para a construção de visões estereotipadas sobre as interações entre os dois campos. Estas interações têm sido definidas por numerosos estudos como tensas e conflituosas, devido aos diferentes códigos e culturas que os orientam. Outras análises, em menor número, têm observado relações simbióticas, em virtude de os jornalistas especializados em ciência tenderem a identificar-se com os valores e os objetivos do campo científico, realizando uma cobertura noticiosa acrítica e anti- jornalística. Estas assunções, assentes no modelo tradicional e linear de popularização e mediatização do conhecimento científico, têm raízes históricas que remontam ao início do século XX, quando os cientistas abandonaram o seu papel de divulgadores e o entregaram aos jornalistas.

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Publicado

2017-07-31

Como Citar

Mendonça, H. (2017). Jornalismo na contra-corrente da divulgação científica. Revista Comunicando, 6(1), 15–34. https://doi.org/10.58050/comunicando.v6i1.208